A publicação do decreto que exonera, "a pedido", a secretária municipal de Saúde de Inhambupe, Laina Gabriele Ramos Passos Lôbo, trouxe à superfície um problema que há meses se comenta nos bastidores. Embora o documento oficial apresente justificativas administrativas e faça parecer que a saída ocorreu de forma consensual, a realidade que se desenha por trás das linhas formais é bem mais turbulenta do que a gestão pretende admitir.
Nos corredores da administração municipal, a informação que circula é que o clima na Saúde já não era dos melhores. Ruídos internos, pressões acumuladas e desgastes sucessivos teriam frustrado qualquer tentativa de estabilidade na pasta. A alegação de exoneração a pedido, embora oficial, não afasta a percepção de que o processo ocorreu sob forte tensão e às pressas.
O ponto mais crítico dessa situação é a instabilidade que se tornou regra na condução da Saúde de Inhambupe. Em menos de onze meses, o município se prepara para receber o terceiro secretário da pasta. Para uma área tão sensível e que exige continuidade, planejamento e diálogo permanente com servidores e usuários, essa rotatividade representa um sinal evidente de descontrole administrativo.
A população sente diretamente os efeitos da falta de direção. Projetos são interrompidos, fluxos são modificados, decisões mudam de rumo a cada troca. Enquanto isso, unidades de saúde enfrentam desafios diários e a comunidade permanece sem respostas claras sobre os rumos da gestão.
A exoneração de Laina Gabriele, assinada pelo prefeito Hugo Cavalcanti Reis Simões, não encerra apenas um ciclo. Ela expõe, mais uma vez, a fragilidade da estrutura administrativa, a falta de sintonia interna e a urgência de uma condução mais firme e transparente. A Saúde não pode continuar refém de disputas, conflitos ou improvisos.
Inhambupe precisa de estabilidade. Precisa de planejamento. Precisa, sobretudo, de uma gestão capaz de oferecer segurança à população e condições adequadas de trabalho aos profissionais da área. O que se espera agora é que a próxima escolha não seja apenas mais um nome em meio a uma sequência de trocas, mas o início de uma reorganização que devolva confiança e eficiência a um setor que não suporta mais incertezas.
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