Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, foi indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma cadeira na diretoria do Banco Central. Com o objetivo de garantir sua nomeação, Galípolo tem se empenhado em conquistar o apoio dos senadores por meio de encontros e reuniões nos últimos dias.
Durante essa peregrinação por jantares e gabinetes parlamentares, Galípolo não tem feito distinção entre colorações partidárias, buscando o apoio tanto dos senadores da base do governo quanto dos membros do PL, partido ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Acompanhado de Ailton Aquino, funcionário de carreira do Banco Central indicado para outra vaga na direção da instituição, Galípolo tem demonstrado habilidade ao discutir temas complexos relacionados à economia, como inflação, juros e reservas internacionais. Ele tem fornecido explicações detalhadas sobre esses assuntos, traçando um panorama dos índices de preços e da taxa básica de juros (Selic) ao longo dos anos, além de apresentar como o Brasil formou suas reservas internacionais, que atualmente alcançam a marca de US$ 343,4 bilhões.
No entanto, o tema da meta de inflação não tem sido abordado nas conversas com os senadores, segundo relatos. Galípolo tem focado exclusivamente nos assuntos relacionados ao Banco Central, apresentando-se como um candidato à diretoria, apesar de sua atuação ativa nas principais medidas econômicas adotadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Quanto à política fiscal, Galípolo tem defendido a “harmonização” entre a política fiscal e a política monetária, alinhando-se ao discurso de Haddad. Essa abordagem tem sido bem recebida pelos senadores, que valorizam a disposição de Galípolo ao diálogo e seu conhecimento técnico na área.
Galípolo e Aquino têm se reunido com senadores de diferentes espectros políticos, buscando consolidar o apoio necessário. Participaram de jantares com parlamentares de diversos partidos, incluindo membros da base governista e da oposição. Além disso, encontraram-se com a bancada do PT no Senado e com o senador Eduardo Gomes do PL.
A dupla também participou de uma reunião de líderes, na qual discutiram o novo arcabouço fiscal ao lado de Haddad e Simone Tebet, ministra do Planejamento. Os senadores têm se impressionado com a disposição ao diálogo e o conhecimento técnico de Galípolo, assim como elogiaram a competência de Aquino, que era menos conhecido até o encontro.
A indicação de Galípolo e Aquino passará pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, com a sessão prevista para o dia 27. Caso sejam aprovados, seus nomes serão submetidos ao plenário para a decisão final.
Essa busca por apoio ocorre em um momento crucial para o Banco Central, que desempenha um papel essencial na condução da política monetária e na estabilidade econômica do país. Galípolo espera obter o apoio necessário para assegurar sua nomeação e contribuir para a atuação do Banco Central no atual cenário econômico.
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